50 medalhas e uma ponte
A corrida é um esporte repleto de números. Horas, minutos e segundos, com as respectivas frações. Quantidade de pessoas. Metros e quilômetros... a correr e concluídos. Meu quarto é bagunçado, minha mesa no trabalho também, mas minha lista de corridas, não! Quilômetros aumentaram, tempos finais diminuíram. O mundo deu voltas. Vejo como um registro histórico, um diário.
A Corrida da Ponte de 2013 foi a minha 50ª prova (exato meio Iuri, do Pulso). Considero que completei 50 passos na minha vida de corredor. Mantenho a mesma motivação, a mesma alegria. Afinal, são apenas números. E nenhuma linha de chegada é definitiva. Estou apenas a mais um passo da próxima largada.
Desde a primeira prova, em junho de 2008, foram-se quase 5 anos. O exagerado ano de 2012 guardou 22 lembranças. Trato como meu marco zero nas corridas o 2º semestre de 2009, quando ela adquiriu condição perene.
Era o dia da ponte... Idas e vindas na graduação e no mestrado... Prova concluída no seu suado e acalorado retorno ao calendário, em 2011. Após a decepção com a inexplicável perda do número de peito e a conseqüente ausência em 2012, eu estava de volta. Provavelmente uma despedida do elevado da Perimetral, carinhosamente apelidada de “Perinfernal” pelos corredores. Largo com a cabeça na Comrades e os pés em Niterói.
Ou não... Aqui termina meu roteiro, pensado antecipadamente para relatar a prova. Sim, os pés estavam em Niterói, mas a cabeça passou longe da Comrades naquele domingo. Algumas poucas vezes comecei a organizar as principais idéias de um depoimento previamente. Assim como o futebol, a corrida também é uma caixinha de surpresas. E conheço muito bem uma especialista no assunto!
A proposta sempre foi concluir a Corrida da Ponte sem pressa. Era uma grande oportunidade para aproveitar o cenário, encontrar os amigos e adicionar um novo registro em vídeo à coleção. Não faria sentido exagerar e me arriscar 15 dias antes do grande objetivo do ano. Isso não mudou, porém ganhei companhia. Pouco antes de sair de casa, isso mesmo, perto das 5:30 da quase madrugada (!), a Bruna me informa que está inscrita na prova! “Tem vaga no táxi, né?” Era a namorada participando de outra corrida após meses de contusão e recuperação. Segredo muito bem guardado! Nem desconfiei quando, na véspera, ela deu palpites e quase me obrigou a mudar o horário de partida. “Que diferença faz pra quem vai dormir até mais tarde?”
Sobre a corrida?! Ah, foi ótima. Temperatura agradável, dia claro e com belo visual. Perfeita combinação para passear pela ponte. Corremos lado a lado nas quase duas horas. As imagens falam mais que as palavras. Aguardem o vídeo!
Meu amigo Marco seguiu a sua tradicional rotina de jurar mera participação descompromissada ao largar e depois voar baixo até a chegada. E eu sofri mais uma ultrapassagem com piadinha... Eita rotina! Diretamente das montanhas da Áustria, Andi debutou como corredor experiente e deixou seu treinador (eu!) orgulhoso! Parabéns!
Encontro vários amigos ao longo do percurso. Chão do Aterro em peso – equipe com mais atletas na prova! Sou ultrapassado pelo Ricardo, pelo Ranulfo e pela concentrada Lady. O sempre animado Souza, vi na largada e na chegada. Marcelo e demais MD Runners também, antes e depois. Já com a minha 50ª medalha de participação no peito, encontro Lourenço e Denise. Grandes companheiros de treinos e de corridas! Sempre um ótimo papo. Lembrando do próximo desafio, foi um domingo de corrida e de camaradagem. Agora é a Comrades.