Boston, 15 de abril de 2013

16/04/2013 10:30

Qualquer ato de violência é uma pequena derrota para a civilização. Bombas sangraram um dos eventos esportivos mais tradicionais, a Maratona de Boston. Era a 117a edição. Escrevo poucas horas depois do ataque, enquanto ainda não há suspeitos nem explicações. O terrorismo em particular é pura demonstração de covardia. Não importa a motivação. Mesmo a causa mais nobre e justa perde sentido. A linha de chegada de uma maratona é um lugar sagrado. Espaço reservado para lágrimas de alegria. Dores, apenas dos músculos fatigados ao extremo.

A prova é realizada no simbólico feriado local Patriot´s day, o “dia patriótico”, que lembra o início do processo de independência, em referência a batalhas de 1775. Menos de 2 anos antes, a mesma cidade de Boston foi palco do famoso episódio conhecido como Tea Party. O acontecimento foi a chama que acendeu a disputa com os ingleses. Recentemente, uma ala radical do Partido Republicano adotou a expressão como referência ao seu grupo.

Inimigos – internos ou externos – não faltam aos Estados Unidos. Bush II transformou união e solidariedade internacionais pós ataques em rejeição mundial. Em escala muito reduzida, felizmente, Obama tem a oportunidade de enfrentar criminosos sem despertar rivalidades nem antagonismos. A conferir.

Qualquer ato de violência é uma pequena derrota para a humanidade. Ainda que seja atitude tipicamente humana. Somos capazes de atos extremos, de violência e de compaixão. Acabamos de ver uma das faces, falta a outra.