Em debate: qual o melhor campeonato estadual?

29/07/2011 13:24

Como defendi no comentário "O politicamente correto no futebol – Parte I", considero o Campeonato Paulista o estadual mais disputado do país. Longe de considerar o melhor formato de disputa, penso que, incluindo os clubes menores, tem times melhores. Meu argumento principal é que São Paulo tem mais times na primeira divisão do Brasileiro. Quatro grandes em disputa como favoritos, como no Rio, e outros menores com mais estrutura e alguma tradição mais recente. Não sou fã do campeonato estadual, meu torneio preferido é a Libertadores. Mas realmente muita gente tem o Carioca como competição predileta.

O que você acha? Mande seu comentário e incluirei aqui!

Em defesa do Carioca – João Paulo

Cara, sobre o post "O politicamente correto no futebol – Parte I", não sei se entendi direito, mas me pareceu que vc defende o campeonato paulista como o melhor estadual do país. Se for isso mesmo, concordo que seja um dos melhores por ter times pequenos um pouco mais competitivos que dos demais estaduais, até porque recebem mais investimentos por serem clubes de empresários, etc (o mérito da existência desses clubes deixamos pra outro post). Em compensação, levando em consideração a valorização do torneio por parte das torcidas e pelo formato disputado, considero sem dúvida que o Carioca é o "melhorzinho" de todos. Afinal, os estaduais nada mais são que competições entre os times maiores pra provar quem é o melhor do estado (ou na maioria das vezes, da cidade mesmo). Salvo algumas zebras que eventualmente acontecem, são sempre os mesmos grandes clubes que disputam esse título. O diferencial de Rio e SP é que os dois possuem 4 grandes times na disputa, enquanto em estados como RS e Minas só dois revezam o caneco. E no desempate, acho que o Campeonato Carioca acaba sendo "melhor" por dois simples motivos:

1º) O formato carioca proporciona muito mais clássicos e jogos decisivos em muito menos tempo de campeonato que o paulista. Ainda acho que dê pra reduzir de 16 para 12 o número de times disputando o Carioca, mas ainda assim é melhor do que os 16 coadjuvantes do Paulista. Enquanto o Paulistão fica na chatice dos pontos corridos, com 6 clássicos espalhados em 19 rodadas (e que dependendo de quando aconteça e do andamento do campeonato podem se tornar jogos irrelevantes pros times na tabela de classificação), o formato de mata-mata do Rio garante 2 clássicos que normalmente decidem os líderes de cada grupo antes da 7ª rodada, e as emoções das decisões começam já na 8ª rodada do 1º turno. Na Taça Guanabara, a 9ª rodada já é uma final e garante o 1º finalista do campeonato, ou o campeão antecipado. Além disso, se considerarmos a hipótese nada impossível de que os 4 grandes do Rio se classifiquem pras semifinais dos 2 turnos, e que haja vencedores diferentes em cada turno, totalizam-se 14 clássicos em 21 rodadas. No campeonato paulista, o máximo que podem ocorrer são 10 clássicos em 23 rodadas. Pra efeito de comparação, neste ano em que houve campeão sem disputa das finais e tendo ocorrido zebra nos 2 turnos (na final da TG e na semifinal da Taça Rio), o Fla disputou 6 clássicos em 19 partidas, quase 1/3 dos jogos disputados. Se não houvesse as zebras e o Flamengo perdesse um dos turnos, seriam 9 clássicos em 21 jogos, ou seja, quase a metade. Enquanto isso no paulista, onde os 4 grandes se classificaram nas primeiras posições, o campeão Santos disputou 6 clássicos em 23 jogos, sendo 3 espalhados na fase de classificação, e mais 3 somando a semifinal e 2 as partidas da final.

2º) O torcedor carioca adora e se diverte com o Cariocão (o que deveria ser o propósito de qualquer jogo de futebol). Cada vitória, cada clássico vencido, cada taça é comemorados não só pelas conquistas, mas pela oportunidade de se divertir às custas do colegas de trabalho, amigos, vizinhos e parentes que trocem pro time rival. Apesar da ampla vantagem do Fla na última década, há sempre toda uma expectativa em torno de cada clássico, polêmicas apimentam e valorizam as rivalidades já existentes, surgem novas "freguesias" e a vibração pela superação das mesmas. Cada hora um time é o time a ser batido ou o mais "novo-antigo" arquirrival. Todo ano um Obina vira o melhor do mundo, um Felipe vira muralha, um Odvan vira xerifão, e um Kieza vira promessa. Fora o espetáculo nas arquibancadas, com as disputas de criatividade entre as torcidas: mosaico, faixa, balão, corneta, bandeirão, máscara.... Do lado paulista, a impressão que tenho é que existe um menosprezo em relação à competição estadual, manifestado por boa parte das diretorias, jogadores, técnicos, torcedores e até mesmo da imprensa. Posso estar tendo uma visão distorcida dos fatos, até pq não vivencio aquele campeonato, mas é o que me parece acompanhando as notícias do mundo da bola, seja pela TV, pelo jornal ou pela internet.