Quanto custa uma polêmica? E um ingresso?

A diretoria rubro-negra aumentou muito os preços dos ingressos para a final da Copa do Brasil. Observem, uso o advérbio de intensidade “muito”, sem adjetivos e seus juízos de valor embutidos. Por dever de ofício, algum blá-blá-blá econômico é indispensável, mas será limitado. Troco de lugar com os jornalistas, eles surram a Teoria Econômica e eu, a crônica esportiva.

O torcedor não pode ser classificado pelo tamanho do bolso ou por onde assiste ao jogo. Paixão não pode ser medida, comparada. Julgada. A TV ampliou as arquibancadas, mudou a forma de ver o futebol. O estádio é apenas uma opção. A mais cara delas! E a mais desconfortável... A elitização da bola não começou com o Padrão-FIFA. Normas de segurança limitam a quantidade de público. Reformas encolheram nossos palcos. As leis econômicas explicam o resto: oferta, demanda etc.

A famosa “carteira de estudante”, com sua legião de falsários, distorce os preços. Por essa ótica, estamos próximos de realizar o sonho do Senador Cristovam Buarque, com quase todos os brasileiros nos bancos escolares! Vamos pular o Dilema de Tostines: não sei quem veio primeiro, a inflação dos ingressos ou os estudantes de mentira. Criamos um monstro e agora não sabemos como vencê-lo. De fato, temos altíssimos preços de tabela, que são pagos, de fato, por uma minoria. Sim, acho que uma cota, vendida a preços populares, seria simpático e pouco afetaria a renda. Mas como impedir a ação de cambistas? Um “programa de milhagem” no sócio torcedor seria bem-vindo. Descontos progressivos, prêmios e ou vantagens na compra para os torcedores mais assíduos ao longo do ano, por exemplo. Idéias não faltam.

O Procon fez jogo de cena criticando a caristia no jogo decisivo. Justo, mas nunca vi esses senhores comentando a péssima estratégia de vendas, com filas obscenas e cambistas faturando. Pode isso, Arnaldo?! A regra é clara... Ou não!

Os diretores pensaram no cofre, no time, não na própria popularidade imediata. A renda permitiráser a manutenção do melhor do time: Elias. Essa é a propaganda oficial. Na vitória,gênios. Na derrota, ganaciosos incompetentes. O jogo dos milhões (de reais!) decide 2014, não 2013...

Corneteiros de plantão, poupem seus pulmões e os meus ouvidos para os gritos de gol!

Obs: por esse preço, é melhor a taça estar incluída no pacote!