Uma nobre profissão

30/04/2014 17:16

 

Enfermeira, em alemão, é Krankenschwester. Uma tradução literal seria “irmã dos doentes.” A palavra remete à origem da profissão. Florence Nightingale foi uma enfermeira britânica que ficou famosa como pioneira no tratamento aos feridos durante a Guerra da Criméia. Falo do século XIX, esqueçam a atual crise entre Rússia e Ucrânia! Na rotina de trabalho, a enfermagem dá injeção, remédio amargo, aperta e fura o paciente nos horários mais inadequados. Gostamos mesmo dos Doutores! Eles curam, nos deixam ir pra casa...

Advogados contam a verdade do freguês, em troca de honorários. Seus colegas de bacharelado que escolheram o caminho da Magistratura ainda podem tentar ostentar alguma nobreza, mas os que jogam o jogo dos Tribunais, não! Economistas são especialistas em enrolar e prever. Criam modelos imaginários – conectados ou não com a realidade. São os profissionais do palpite! Engenheiros são mera consequência (infeliz) do capitalismo. Ah, o professor... Aquele portador não egoísta do saber!

Muitos escolhem a Medicina pelo potencial retorno financeiro (ao menos fora de Cuba) e pelo prestígio. Não somos apenas inspiração e vocação. Somos também ego e cartão de crédito. No Brasil pós junho de 2013, temos médicos hostilizados, professores agredidos. São tempos estranhos, vemos policial batendo em professor e vice versa!

O professor luta pelo seu bolso e não está errado nisso! Apenas lembre-se, as greves e manifestações foram recheadas de interesses – inclusive polítco-partidários. A aliança com o vandalismo black block não é estratégia de educadores.

A realidade diante dos olhos encaixa com um ponto de vista que defendo. Não existe profissão nobre. Existem, sim, atitudes nobres. E outras... nem tanto. Carteira de trabalho – assinada ou não – não define a conduta do sujeito. Somos humanos, antes de profissionais.